Jogos contra Brasil e Portugal não trazem boas recordações ao sueco Sven-Göran Eriksson. No comando da seleção inglesa, Eriksson caiu diante dos brasileiros na Copa do Mundo de 2002 e parou nos portugueses na Eurocopa de 2004 e na Copa de 2006, as duas últimas na disputa de pênaltis. Agora, como treinador da Costa do Marfim, ele terá as duas seleções novamente pela frente no Grupo da Morte, que conta ainda com a Coréia do Norte, no Mundial da África do Sul. Mas Eriksson não tem sentimento de revanche, até porque considera que superar a seleção brasileira é missão praticamente impossível.
- Uma vaga é do Brasil. Será uma surpresa sem proporções se eles não passarem à segunda fase. Nossa estréia contra Portugal é uma final para nós - afirma Sven-Göran Eriksson, em entrevista exclusiva ao canal de TV sueco SVT, em Londres, onde vive.
Eriksson diz ainda que sua grande missão à frente da Costa do Marfim com tão pouco tempo até a Copa será unir a equipe em torno de um mesmo objetivo, deixando individualismos de lado. Na entrevista, o treinador, conhecido pelo apelido Svennis na Suécia, também comenta sobre sua relação com Portugal. Eriksson fala português, que aprendeu quando treinou o Benfica no início dos anos 80, após fazer sucesso levando o clube sueco IFK Gotemburgo ao título da Copa da Uefa em 1982.
Grupo da Morte
- Nós não temos muito a perder. A Costa do Marfim está no grupo considerado o mais difícil da Copa do Mundo, isso é o que todos os especialistas dizem. Será muito difícil passar à segunda fase. E, mesmo se passarmos, ficando em segundo lugar na chave provavelmente teremos pela frente a Espanha nas oitavas de final. Nossas chances não são grandes, infelizmente, mas temos um grupo de atletas muito talentosos.
Brasil
- Temos que ser realistas. Nesse grupo, uma vaga é do Brasil. Eles são favoritos não apenas na chave. Ao lado da Espanha, são os favoritos para ganhar o Mundial. É uma equipe que dispensa apresentações. As outras seleções da chave vão brigar pela outra vaga. Seria uma surpresa sem proporções se a seleção brasileira não passar à segunda fase.
Portugal
- A partida contra Portugal é, posso dizer com toda a certeza, uma final de Copa para nós. É assim que vamos encará-la. Como disse, o Brasil vai passar de fase. Então vamos investir tudo nesse jogo, que é chave para nós. Eu tenho uma relação especial com Portugal. Tive uma passagem feliz por lá como treinador, deixei as portas abertas e continuo ligado ao país. Tenho casa em Portugal, vou lá com frequência e agora invisto num centro esportivo no Algarve, em parceria com o ex-tenista sueco Stefan Edberg. Ele vai cuidar da parte de tênis e eu, do futebol. Se eu não estiver do comando de nenhuma equipe na próxima temporada, quero estar pelo menos uma vez por semana no centro..
Coreia do Norte
- Foi uma sensação os norte-coreanos se classificarem para a Copa do Mundo. Eu já assisti a alguns vídeos de partidas deles e parecem muito com a Coréia do Sul, contra quem a Costa do Marfim perdeu um amistoso em fevereiro. O mesmo estilo, mas com menos experiência. Os sul-coreanos estão um passo à frente. Mas são os chamados outsiders, vão correr por fora. E, certamente, vão lutar por 90 minutos, como sempre fazem, independentemente do placar do jogo.
Convite e salário
- O acerto foi muito rápido. Eu estava em Londres vendo alguns jogos, tinha assistido ao Brasil contra a Irlanda e, no dia seguinte, vi a Costa do Marfim contra a Coréia do Sul. Depois do jogo, os dirigentes me chamaram e perguntaram se eu tinha algo acertado para a Copa do Mundo. Disse que não e surgiu o convite. Aceitei na hora. A Copa do Mundo é o que há de mais bonito no futebol e disputá-la pela terceira vez é algo incrível. Nessas horas, dinheiro não é o mais importante. Os jornais ingleses falaram que vou ganhar um salário milionário, mas não é verdade. Claro, paga-se bem no futebol, mas estou longe de um Fabio Capello (treinador da Inglaterra) ou de um Marcelo Lippi (técnico da Itália), por exemplo. E bem longe da realidade de uma Premier League. Mas é um trabalho curto e que veio a calhar, pois espero estar no comando de algum clube na próxima temporada.
Chances da Costa do Marfim
- Nós temos grandes jogadores, com bastante experiência por jogarem nas principais ligas europeias. Eles me receberam muito bem. Os primeiros que visitei foram os que jogam em Londres. No Chelsea, Didier Drogba e Salomon Kalou disseram: 'Seja bem-vindo. Agora, finalmente, temos um técnico de verdade'. Esse tipo de coisa é boa de ouvir. Sinto que os jogadores estão empolgados e dispostos a fazer um grande trabalho. Isso é o mais importante, pois o tempo é curto. A maior parte do meu trabalho será fazer com que todos defendam como um time e ataquem como um time. Fazer com que trabalhem juntos. Esse será o grande desafio. Talentos individuais todos sabem que não faltam. Além disso, irei à Costa do Marfim para assistir a alguns jogos da seleção B, formada apenas por jogadores que atuam no país, para observar os atletas que irão compor o elenco de 23 jogadores. Estou empolgado com a chance de conhecer o país, mas não vou passar muito tempo por lá, pois a programação já estava fechada antes do acerto comigo e vamos treinar durante duas semanas na Suíça antes de ir para a África do Sul.
Experiência africana
- Tenho certeza de que a primeira Copa na África será incrível. O futebol africano terá um boom. Já estive no continente como treinador, passei por Angola, Moçambique, África do Sul, Nigéria... Apesar dos problemas, são lugares muito bonitos, de pessoas sempre sorridentes e que vivem o futebol como uma religião. Infelizmente, nem tanto na África do Sul, onde rúgbi e críquete ainda são mais populares, mas, quem sabe, a Copa ajudará a mudar isso. Também tenho um grande especialista em futebol africano que é meu filho, Johan, que já trabalhou como treinador no continente. A experiência dele na Nigéria não foi tão boa, porque teve de deixar o país por conta de ameaças de sequestro a estrangeiros. Mas ele teve uma ótima experiência na África do Sul e adorou o país.
- Uma vaga é do Brasil. Será uma surpresa sem proporções se eles não passarem à segunda fase. Nossa estréia contra Portugal é uma final para nós - afirma Sven-Göran Eriksson, em entrevista exclusiva ao canal de TV sueco SVT, em Londres, onde vive.
Eriksson diz ainda que sua grande missão à frente da Costa do Marfim com tão pouco tempo até a Copa será unir a equipe em torno de um mesmo objetivo, deixando individualismos de lado. Na entrevista, o treinador, conhecido pelo apelido Svennis na Suécia, também comenta sobre sua relação com Portugal. Eriksson fala português, que aprendeu quando treinou o Benfica no início dos anos 80, após fazer sucesso levando o clube sueco IFK Gotemburgo ao título da Copa da Uefa em 1982.
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