O gol contra da Dinamarca na derrota para a Holanda, marcado por Simon Poulsen mas atribuído a Daniel Agger, abriu o primeiro debate sobre os critérios da Fifa diante de ações especiais, com decisões que contrastam com as de outras Copas. A entidade decidiu nesta terça-feira que a cabeçada de Poulsen, até então atribuída como o motivo do gol contra, não foi o fato que gerou o gol, mas sim as costas de seu companheiro Daniel Agger, em quem a bola roçou timidamente antes de tomar um novo rumo em direção ao gol.
O organismo máximo do futebol adotou essa postura depois de os membros do Centro de Estudos Técnicos da Fifa analisarem as imagens do encontro gravadas para a televisão. No entanto, a dúvida que surgiu é que não se sabe qual seria a postura da Fifa caso a bola que tocou as costas de Agger tivesse sido atirada por algum jogador holandês.
Em outras ocasiões semelhantes, as decisões da Fifa também foram marcadas por polêmicas. Um exemplo dessa situação aconteceu na Copa da França, em 1998, quando em uma partida entre Espanha e Nigéria, o goleiro espanhol Andoni Zubizarreta desviou a trajetória de uma bola que não ia em direção ao gol, involuntariamente, para dentro.
Na época, o gol foi atribuído a Garba Lawal, o jogador que realizou o lançamento que seguia um rumo paralelo às traves. Zubizarreta, no entanto, decidiu desviar para evitar um possível chute a queima-roupa de algum jogador nigeriano.
Fontes da Fifa declararam à Agência Efe naquela época que, nas jogadas nas quais o possível gol contra possa ser atribuído a um goleiro, é feita uma consideração especial muito mais restritiva que no caso de jogadores de campo, como o ocorrido com Agger e Poulsen.
Para atribuir um gol contra desse tipo, é necessário que tenha existido uma "voluntariedade expressiva" por parte do goleiro em introduzir a bola em seu próprio gol, algo que, naquele caso, não aconteceu.
Embora não se trate de um gol contra, na Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão, a Fifa adotou outra decisão que também despertou polêmica.
Aconteceu no momento do torneio que se contabilizava um total de 98 gols marcados, e todos aguardavam para conhecer quem seria o felizardo a marcar o 100º gol, durante uma etapa na qual se disputavam dois jogos ao mesmo tempo.
Em um dado momento, o espanhol Gaizka Mendieta marcou contra a África do Sul o segundo gol para sua seleção. Enquanto a televisão mostrava o replay do lance, o esloveno Milenko Acimovic marcou um gol no jogo contra o Paraguai.
O que se pensava, na ocasião, era que tinham sido marcados o 99º e 100º gol, e embora os dois tivessem sido feitos no mesmo minuto, parecia que um tinha acontecido antes do outro.
Naquela ocasião, a Fifa decidiu que os dois gols foram feitos ao mesmo tempo e considerou que ambos deveriam compartilhar o privilégio do 100º gol, deixando o torneio sem o 99º gol.
"O centésimo gol marcado na Copa de 2002 levará a única distinção de ser partilhado por dois jogadores diferentes, já que ambos os gols foram marcados no minuto 46 de suas partidas, disputadas ao mesmo tempo", afirmou a Fifa em comunicado na época.
Como referências, foram usados os tempos exatos marcados nas atas arbitrais, sem considerar outros fatores como o de um encontro ter começado antes do outro ou de comparar as imagens em tempo real para ver qual dos dois foi marcado antes.
Fonte: ESPN
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