A Seleção Brasileira pega no tranco. É ótimo que seja assim. Mas precisava ter caído justamente no “grupo da morte!?” Buh!!! (Se a imprensa não criar um grupo letal, não dormimos tranqüilos..).
A Coreia do Norte pode ser encrenca por ser a estreia. E contra um time que só se sabe que é rápido. Ponto. Depois, só pedreira. Costa do Marfim é a melhor equipe africana. Já caiu no Grupo da Morte em 2006 (perdão, é a força do hábito…), e está mais entrosada, experimentada, e com qualidade maior, como a fase esplêndida de Drogba. E não apenas ele: Yaya Touré (Barcelona), Kolo Touré (Manchester City), Eboué (Arsenal), Salomon Kalou (Chelsea), Bonaventure Kalou (Heerenveen), Zokora e Arouna Koné(Sevilla), Dindane (Portsmouth)… Não é pouca gente. É ótimo time. Forte fisicamente, bom tecnicamente, ordenado taticamente.
Para fechar o mais difícil grupo (não pela quantidade de oponentes difíceis, mas pela qualidade eles), a seleção de Portugal. Não a de 1966. Não a de 2006. Mas ainda um time com um craque como Cristiano Ronaldo. Um goleador como Liedson. Um armador em fase discutível como Deco. Algumas boas revelações. Mas uma zaga pouco confiável. Que, ao final das bolas, pode pedir as contas ainda na primeira fase.
Não será fácil. Mas deverá ser Brasil na primeira fase justamente pela dificuldade. Seleção Brasileira campeã do mundo só pegou grupo difícil de cara. Em 1958, a “cibernética” e misteriosa União Soviética, a mãe da bola Inglaterra, e a Áustria que havia sido semifinalista, em 1954; em 1962, rivais duros como a Tchecoslováquia que seria vice-campeã, a forte Espanha recheada de estrangeiros, e o México (freguês bom é freguês fiel); em 1970, a Inglaterra que era equipe bem melhor que a própria campeã mundial em 1966, a ótima Tchecoslováquia, e a boa Romênia; em 1994, a Rússia que teve o artilheiro daquela Copa, um Camarões em brasa e em crise, e a Suécia que acabou como terceira colocada; em 2002, a Turquia acabaria do mesmo jeito, na terceira posição. Só Costa Rica e China não fizeram cócegas no Brasil.
Em 2010, o Brasil chega como favorito. Talvez nem tanto como 2006. Mas, certamente, mais atento a tudo isso. É bom para a seleção entrar rápido no ritmo de Copa. Para evitar dançar antes da hora. Quando chegamos sambando aos Mundiais, caímos feio. Em todos os títulos, deixamos o Brasil sob vaias e ovos. Até em 1962, na conquista do bi, a Seleção saiu sob suspeita. Se era um grupo vencedor, com 14 campeões de 1958, também eram atletas envelhecidos. Pareciam não estar no auge da forma. Como faltaria Pelé, na segunda rodada, lesionado. Mas como sobrou Garrincha em todo o Mundial, a sorte foi brasileira.
E ainda dizem que não tem sorte no futebol… Como, se o pontapé inicial na bolinha da Copa é dado num “sorteio”? E, ele, desta vez, não foi o melhor para nós. Além do risco de não se classificar, o Brasil ainda pode ter uma final antecipada. Vai que a Espanha se enrola e não fica no primeiro lugar do grupo H? Vai que o próprio Brasil se atrapalha… E, já nas oitavas-de-final, pinta uma “final”: Brasil x Espanha. Nossa torcida é uma só – ou duas – na primeira fase. Torcer para chegar em primeiro; e torcer para o ótimo time espanhol fazer o mesmo.
Se tudo der mais que certo, a Holanda tem bola para mais uma vez enfrentar o Brasil numa fase de quartas-de-final. Desta vez, com mais chances para a Seleção que em outras competições. Passando o time de Dunga, com muitas dificuldades, Inglaterra ou França pela frente. Mais para os ingleses.
Se Deus continuar sendo brasileiro, na decisão, Espanha. Ou Alemanha. Ou Argentina. Ou Itália. Ou até Costa do Marfim. Porque é Copa em “continente neutro”. Pode dar Brasil também por isso. Ingleses e holandeses, por exemplo, também merecem respeito, já que estarão mais “em casa” que os rivais.
O Brasil não começa tão bem. O que pode terminar muito bem para o Brasil. Foi ruim. Mas pode ser ótimo.
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