Retirado do blog, http://espnbrasil.terra.com.br/pauloviniciuscoelho
O portal UOL, com matéria de Maurício Stycer, divulga que o xingamento
de Dunga a Alex Escobar veio na sequência de sua negativa em atender a
acordo firmado pela TV Globo e Ricardo Teixeira, que permitiria
entrevistas exclusivas à emissora carioca. Isso não significa que o
técnico da Seleção tenha o direito de xingar o jornalista, como fez. Um
erro não justifica o outro.
Mas o acordo da principal emissora de
TV do país com a maior esfera de poder do futebol brasileiro evidencia a
falência do jornalismo. Incrível como as pessoas perdem a noção da
responsabilidade de dar informação. Ela não pode estar vinculada a
acordos, trocas, favores. Jornalista não tem amigo, nem inimigo. Tem
fonte. Se for diferente, a troca de favores indica a um dos lados a
ideia de que terá alguma coisa em troca, a omissão de uma informação
comprometedora ou a divulgação de um fato favorável.
Não pode ser
assim.
Nos veículos sérios, as notícias são dadas de acordo com
sua relevância editorial. A indicação de um acordo entre a cúpula de uma
emissora ou jornal com uma esfera de poder, qualquer uma, tira a
credibilidade de qualquer outra informação veiculada por esse meio de
comunicação.
Isso não significa que o técnico da Seleção tenha o
direito de xingar um comentarista do canal deva ser xingado. A postura
de Dunga, em se negar a atender compromisso entre a TV e a presidência
da CBF revela sua dignidade. Mas chamar o jornalista de “merda e bundão”
índica apenas sua falta de educação.
Alex Escobar não faz parte
da cúpula da TV Globo. É funcionário da emissora. Não foi ele quem
negociou com Ricardo Teixeira, levando em conta a correção da informação
do UOL. Culpada é a política da emissora.
O erro de Alex Escobar
no episódio é atender ao celular dentro da sala de entrevistas
coletivas. Por fazer isso, poderia receber um pedido “Você pode falar ao
celular fora da sala, por favor.”
Por favor, muito obrigado...
Esse é o vocabulário de qualquer pessoa que tenha o mínimo de boa
educação. O máximo, também, que se pode dizer ao agendar uma entrevista.
Triste que gente, dentro e fora da profissão, não tenha exata noção do
papel do jornalista.
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