Dia de visita do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 à Arena da Baixada, em Curitiba e, a cidade que parecia mais tranquila em relação as exigências da Fifa, também pode ter mudanças surpreendentes nos planos e não escapa do risco de ser cortada. O estádio, maior trunfo entre as sedes brasileiras por apresentar grande parte já pronto - segundo o Atlético Paranaense cerca de 70% - pode virar o vilão caso o clube não consiga o investimento, público ou privado, pretendido para a conclusão.
A diretoria do Atlético não esconde que, sozinha, não poderá levar à diante as obras, que compreendem o segundo andar da reta oposta às cabines de imprensa, términos dos novos vestiários, fim do fosso nos moldes das arquibancadas inauguradas recentemente, além de infra-estrutura para receber torcedores e patrocinadores do evento. Os governos do Estado e do Município, por sua vez, precisariam acelerar o processo de desapropriação do entorno da Arena, além de obras no local e na cidade.
Dentre essas intervenções já está praticamente descartada a possibilidade de uma linha de metrô ser construída a tempo, diferentemente do anunciado quando a cidade ainda era candidata. Com isso, novas alternativas para resolver o problema da saturação do transporte e do deslocamento entre o aeroporto Afonso Pena, em São Jose dos Pinhais, e a rodoviária, na região central da cidade estão em negociação, inclusive com o governo Federal, assim como melhoria nos corredores de ônibus.
A questão da criminalidade, em crescimento na capital paranaense, com números de homicídios superiores a outros grandes centros como São Paulo, começa a preocupar os organizadores, embora a visita desta sexta-feira trate apenas do estádio. Pelos dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública do Paraná, a taxa de Curitiba em 2009 foi de 34 homicídios a cada 100 mil habitantes, enquanto os paulistas tiveram um índice de 11 assassinatos por 100 mil habitantes. Neste ano, somente no primeiro trimestre, foram 53,8% casos a mais do que no ano anterior.
Arena Paratiba é a bomba da vez
Em meio à incerteza, Paraná Clube e Coritiba resolveram colocar ainda mais pontos de interrogação na questão do estádio. Depois de ideais bombásticas e mirabolantes como o Novo Pinheirão, Arena Atletiba, Nova Vila Capanema e a Arena do Coritiba, o jornal Tribuna do Paraná revelou mais uma cartada dos clubes, que pode surgir como um plano B caso o Estádio Joaquim Américo não seja concluído.
Os rivais já possuem um projeto em andamento, com investidores e uma grande construtora envolvidos, para a construção da Arena Paratiba, que seria compartilhada entre os dois clubes, além de ser um espaço multiuso, cercado por hotel, centro de eventos e shopping. O local seria cedido pela Prefeitura de Curitiba, no bairro do Tarumã e é bem conhecido: é onde atualmente está erguido o Estádio Pinheirão, abandoado por conta das dívidas da Federação Paranaense de Futebol.
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