Fonte: http://colunas.globoesporte.com/memoriaec/2009/12/03/as-curiosidades-dos-sorteios-das-copas/
Em 1930, na primeira Copa do Mundo, as 13 delegações só souberam quem iriam enfrentar após a chegada ao Uruguai, sede do torneio inaugural. O sorteio foi realizado apenas três dias antes da competição.
Vinte anos depois, no Brasil, a Fifa tentou montar a estrutura com 16 seleções divididas em quatro grupos, que duraria de 54 a 78. Mas a competição teve que ser realizada com apenas 13 equipes, diante das desistências das classificadas Escócia, Índia e Turquia. França e Portugal foram convidados a ocupar vagas abertas. Os franceses chegaram a aceitar, tiveram o nome de seu país incluído no programa oficial do Mundial, mas também declinaram do convite alegando que percorreriam longas distâncias no Brasil.
Assim, a competição ficou ‘capenga’, com dois grupos com quatro nações cada, um com três e outro com apenas duas (Uruguai e Bolívia). Os uruguaios golearam por 8 a 0 e avançaram para a fase final após a disputa de apenas uma partida.
Em 1954, a Fifa decidiu que os quatro grupos teriam, cada, dois cabeças-de-chave, que não se enfrentariam: Brasil e França (Grupo 1), Hungria e Turquia (2), Áustria e Uruguai (3) e Itália e Inglaterra (4). Quatro anos depois, a polêmica decisão foi abandonada.
Na época, a escolha das chaves não contavam com a presença de astros do futebol e ou de estrelas do cinema e da música. Geralmente, as bolinhas eram sorteadas por crianças. Filhos ou netos de dirigentes do futebol.
Em 1970, a primeira Copa do Mundo disputada no México foi a que teve, talvez, o maior desequilíbrio entre os grupos, devido a uma série de pré-condições. O Brasil foi ‘reservado’ para a chave disputada em Guadalajara. Como a expectativa dos organizadores era que o time liderado por Pelé atraísse grande público, o estádio Jalisco, o segundo maior da competição, foi separado para o grupo da seleção brasileira.
Que foi um verdadeiro grupo da morte, com os europeus Tchecoslováquia e Romênia. E a então campeã mundial Inglaterra. A presença dos ingleses atenderia, extraoficialmente, a uma vontade dos mexicanos, os anfitriões, que não queriam pegar nem Brasil nem Inglaterra na fase seguinte.
Em 1974, as chaves foram mais equilibradas. A particularidade foi que um dos tubos com os participantes – e não bolinhas, como hoje em dia – contava com um papel com dois nomes: Iugoslávia/ Espanha (foto acima). As duas seleções somente decidiram a vaga no Mundial após o sorteio. E assim, os brasileiros não souberam ao certo quem seria o seu adversário no jogo de abertura do Mundial. Que acabou sendo a Iugoslávia.
Quatro anos depois, o sorteio voltam a gerar desequilíbrio. Brasil e Argentina enfrentaram só europeus na fase inicial (Suécia/Espanha/Áustria e Hungria/França/Itália, respectivamente). Já o Peru enfrentou Holanda, Escócia e …Irã.
Para 82, a Fifa tentou inovar, com a adoção de um sistema eletrônico para a distribuição dos países nas chaves. Mas ele apresentou falhas, sem a inclusão das seleções da América do Sul, causando problemas. E reabilitando as bolinhas e os potes.
Vinte anos depois, a política interferiu no sorteio. Diante da tensão diplomática histórica entre China e Japão, a Fifa decidiu que os chineses jogariam obrigatoriamente a primeira fase da Copa de 2002 na Coreia do Sul, evitando possíveis hostalidades em terrritório japonês. E foram parar na chave do Brasil, a mais fácil do torneio. Os futuros campeões mundiais encararam também Costa Rica e Turquia. Já a Argentina ficou com Inglaterra, Suécia e Nigéria. E caiu logo na primeira fase.
Em 2006, os argentinos voltaram a ir para o ‘grupo da morte’, com Holanda, Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim. Mas chegaram, pelo menos, até as quartas-de-final.
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