Em novembro de 2005, no que foi chamado de maior acordo com um único
país feito até então pela Fifa, as redes ABC e ESPN (ambas do grupo
Disney) e a Univision (em língua espanhola) concordaram em pagar um
total de US$ 425 milhões (US$ 100 milhões e US$ 325 milhões,
respectivamente) pelos direitos de transmissão nos Estados Unidos das
Copas do Mundo de 2010 e 2014. O pacote incluía ainda a Copa das
Confederações de 2009 e 2013, além do Mundial feminino de 2007 e 2011.
Seis anos depois, numa licitação disputada em outubro de 2011, em
Zurique, na Suíça, os dois grupos perderam para Fox e Telemundo os
direitos de transmissão das Copas de 2018 e 2022. Só que os valores mais
que duplicaram no período. A Fox pagou US$ 415 milhões e a Telemundo,
cujo público-alvo, de origem hispânica, é maior, teve que desembolsar
US$ 600 milhões pelos direitos.
Segundo o “New York Times”, durante a disputa, a ESPN chegou a subir a
sua oferta de US$ 350 milhões para US$ 400 milhões, mas a Fox ofereceu
mais e levou.
O valor total, de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,7 bilhão), é
recorde nos Estados Unidos para a compra de direitos de transmissão de
futebol. O esporte, como se sabe, ainda está longe de ser popular no
país.
Mas há números animadores. A final da Copa de 2010, na África do Sul,
por exemplo, foi vista por 24 milhões de espectadores da ABC e
Univision – 10 milhões a mais do que a audiência média obtida pela Fox
nas cinco partidas entre San Francisco Giants e Texas Rangers valendo o
principal título de beisebol naquele mesmo ano.
Reproduzo esta sopa de números apenas para dar uma ideia do que está
em jogo no Brasil neste momento. Como se sabe, a Fifa dispensou fazer
licitação no país e vendeu para a Globo, por valor não revelado, os
direitos de transmissão das Copas de 2018 e 2022.
A Record anunciou a intenção de processar
a entidade suíça, sob o argumento que houve a promessa, em 2010, de que
haveria uma licitação pública pela compra destes direitos.
Ao anunciar a venda para a Globo, a Fifa enalteceu a parceria de 40
anos com a emissora brasileira.
Os grupos ABC e Univision, que perderam a
licitação para Fox e Telemundo, não tinham tanta tradição assim mas
vinham transmitindo grandes eventos de futebol desde a Copa de 1994.
Leia mais: Diretor da Globo explica opção da Fifa: “Estamos mil anos à frente da Record”
Foto: Flavio Florido/UOL
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