Desde a primeira vez em que foi disputada, em
1985 na China, a Copa do Mundo Sub-17 da FIFA serviu de palco para o
despertar de novos astros do planeta bola. No próximo sábado, 18 de
junho, a 14ª edição do torneio terá início em sete cidades mexicanas,
com 24 seleções e 502 jogadores sonhando em seguir os passos de
jogadores que marcaram a história da competição e se tornaram grandes
craques do futebol mundial, como Cesc Fàbregas, Ronaldinho, Iker
Casillas e Kanu.
O fator Azteca
Caso os donos da casa cheguem à grande decisão, o palco será nada menos que o mítico Estádio Azteca, que também receberá a disputa pelo terceiro lugar. O colossal templo da bola, situado nos arredores da Cidade do México, já serviu de cenário para duas finais de Copa do Mundo da FIFA e alguns dos momentos mais marcantes da história do futebol, como a coroação da fantástica Seleção Brasileira de 1970 e os lances de magia e malandragem de Diego Maradona contra a Inglaterra em 1986. "Não há incentivo melhor do que jogar no Azteca", sentenciou o ex-destaque da categoria sub-17 e atual astro da seleção principal do México, Giovani dos Santos, um jogador íntimo do torneio e do estádio.
A
categoria sub-17, no entanto, é imprevisível e sofre poderosa
influência do nervosismo de jogadores tão jovens. Liderado por Marcelo
Gracia e Carlos Fierro, o México terá de controlar a ansiedade na
primeira fase, tanto contra a campeã europeia, Holanda, como diante da
principal força asiática, a Coreia do Norte, para manter vivo o sonho de
se consagrar no Azteca no dia 10 de junho. Já o azarão Congo, que
eliminou as poderosas Nigéria e Gana nas eliminatórias africanas, também
promete dar trabalho.
O Brasil, por sua
vez, é sempre favorito ao título de um Mundial que já conquistou três
vezes desde 1997, tendo ainda perdido outras duas finais. Este ano, o
elenco brasileiro traz jogadores que já estão dando o que falar nos
clubes, com destaque para o atacante do São Paulo Lucas Piazon, que tem
um pré-contrato com o Chelsea. "Não precisamos jogar bonito sempre",
comentou o jovem, mandando uma clara mensagem aos adversários do Grupo F
— Austrália, Costa do Marfim e Dinamarca — de que a seleção canarinho
não quer apenas entreter o público, mas levar um novo troféu para casa.
A
vizinha e arquirrival do Brasil, Argentina, embora seja hexacampeã
mundial sub-20, tem um histórico decepcionante no torneio sub-17. O
técnico Oscar Garré espera poder levar a sua jovem seleção ao título
inédito da categoria e, de quebra, pisar novamente no Azteca, onde, ao
lado de Maradona, ergueu a taça da Copa do Mundo da FIFA em 1986. A
França, campeã em Trinidad e Tobago 2001, pretende frustrar os planos
argentinos com um grupo de jogadores revelados pelo famoso celeiro do
Auxerre. A chave conta ainda com Jamaica e Japão.
Gente nova no pedaço
O México 2011 também terá a participação de países emergentes na categoria. Panamá, Uzbequistão, Ruanda e Dinamarca, uma das seis representantes europeias, jamais disputaram um Mundial Sub-17 e certamente estarão ansiosos por surpreender os adversários na sua primeira aparição. O treinador dinamarquês, Thomas Frank, está tão otimista que chegou a dizer, meio a sério, meio de brincadeira, que "somos os brasileiros da Escandinávia e viemos para vencer".
Já
os Estados Unidos irão cruzar a sua fronteira meridional com o status
de único país a ter participado de todas as 14 edições do torneio. O
técnico Wilmer Cabrera, ex-jogador da seleção colombiana, pretende
superar a melhor campanha americana na competição, o quarto lugar de
1999, quando Landon Donovan brilhou nos gramados da Nova Zelândia. No
entanto, o treinador sabe que o objetivo primordial do seu trabalho é
"preparar os futuros jogadores da seleção principal".
A
longa estrada rumo à fama e ao estrelato, trilhada por Fàbregas,
Ronaldinho e cia., tem início no dia 18 de junho para os meninos do
México. Torcedores nas sete cidades-sede poderão acompanhar um
exuberante espetáculo de futebol, protagonizado por algumas das jovens
promessas mais talentosas do mundo, assim como você, que terá todas as
informações aqui no FIFA.com. e no blog
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