A bandeira chilena rasgada que ficou famosa após o terremoto que abalou o país em fevereiro parece ter trazido sorte à seleção do técnico argentino Marcelo Bielsa, que ontem alcançou diante de Honduras sua primeira vitória em Copas depois de 48 anos, 1 a 0.
A bandeira, que se tornou um símbolo da catástrofe depois que um pescador a resgatou após o tsunami que arrasou a região litorânea de Talcahuano, foi colocada no mastro principal do complexo de Ingwenyama, local da concentração do Chile em Neslpruit, como um amuleto.
Símbolo do esforço e da esperança durante o terremoto do dia 27 de fevereiro, a bandeira rasgada, que foi cedida pelo pescador à Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP), está presente desde o último dia 7 em todos os treinos da seleção chilena.
Os quatro carabineiros uniformizados que acompanham o elenco do Chile na África do Sul hasteiam a bandeira toda manhã, às 8h, e a abaixam às 18h, um ritual que foi alterado nesta quinta-feira.
Nesta manhã, do mastro principal de Ingwenyamaba tremulava uma bandeira do Chile completamente nova e reluzente e não havia nem rastro da lembrança do terremoto, que apresenta manchas de barro e um rasgão.
Mas tudo tem uma explicação, porque a flâmula continua sendo algo sagrado na concentração chilena. A bandeira rasgada viajou ontem até o estádio Mbombela, onde foi disputado o jogo contra Honduras, a pedido do presidente da ANFP, Harold Mayne-Nicholls.
A bandeira deu sorte à equipe dirigida por Marcelo Bielsa, que quebrou um tabu que persistia desde 1962, quando o Chile, jogando em casa, venceu a disputa de terceiro lugar do Mundial daquele ano.
Por isso, dentro de três dias, o símbolo também viajará para o estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, onde os chilenos enfrentarão a Suíça.
Hoje, a bandeira do terremoto deveria ter sido hasteada, como sempre, às 8h, mas ventava muito. A Polícia chilena, por medo de que a flâmula se deteriorasse ainda mais, a substituiu por outra em perfeito estado. Mas amanhã, o símbolo voltará a ficar no treino da seleção de Bielsa.
Fonte: ESPN
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