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quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Maquiavel do Leblon falou por aí que o Imperador tá fora... por Lucio de Castro

Entre uma estrelada pelada de futebol, uma corrida na orla e o abrir e fechar de sua incomparável caixinha de maldades, o Maquiavel do Leblon tem repetido seguidamente que o Chefe não quer o Imperador na Copa da África. Pode ser apenas uma fanfarronice. Mas diante da convicção que tem demonstrado aos interlocutores, o Maquiavel do Leblon deve estar falando a verdade. Afinal, o sujeito é capaz de vender sua alma ao Coisa Ruim, mas que é bem informado ninguém pode negar.

Confirmadas as palavras do fã incondicional de Maquiavel mesmo sem jamais ter lido uma linha do renascentista, (mesmo sem jamais ter lido nenhum linha...), é possível tirarmos algumas conclusões. A mais óbvia é vermos que muito do espírito do grupo de Dunga é moldado pelas decisões do Chefe do treinador.

Afinal, Dunga foi escolhido para isso mesmo, não é novidade: mostrar disciplina, a mesma que tanto se questionou ter sido perdida em 2006. No tal jantar estrelado onde o nome de Dunga surgiu para técnico da seleção, vindo de onde menos se esperava uma sugestão (e aceita!), as especificações para o cargo foram detalhadas. Com tanta preocupação, com tanta matéria de mazelas e manobras financeiras saindo por aí contra o Chefe, não era possível ter mais uma frente ruim de notícias, indisciplina.

Dunga tem cumprido com louvor o receituário do Chefe. O tempo se encarregou de transformar o clamor por Ronaldo em passado e agora em coisa risível. Mas mesmo se o Fenômeno tivesse voando, ia ser difícil dobrar o Chefe. Então Dunga também não ia querer. Ronaldinho Gaúcho era, mesmo totalmente fora de forma, fundamental pra campanha em Pequim? Para o Chefe era. Então Dunga queria. O amigo de Sandro Rossell tinha que se transferir para o Milan, se apresentar por cima e ainda por cima, deveria ser capitão para levantar a taça e aparecer assim? Assim era a ordem, incluía ser capitão? Assim foi.

Ronaldinho não serve mais, mesmo estando muito melhor do que em Pequim, pro Chefe sua presença agora é indiferente? Então vamos sem Ronaldinho. Escrevi sobre isso aqui no blog em “Carlos Verri I, “Dunga o Coerente”. O Chefe não quer problemas? Então que tenhamos um grupo de bons moços. O Maquiavel do Leblon deve estar certo mesmo: então o Imperador tá fora, o Chefe mandou avisar.

Weggis foi um marco de desordem, falta de qualidade no treinamento e incompetência. Uma conta que caiu só em Parreira. Até hoje. Só acho que depois do depoimento marcante de Nathalie Peackock, a maior caixa-preta do futebol brasileiro, publicado em matéria que fiz para a Revista da ESPN número 2, (“Cem anos de Perdão”), não dá pra seguir falando só da desordem de Weggis. Agora sabemos, segundo Nathalie, que o Chefe, o homem que deveria estar à frente da tropa e de todo o processo, se ausentava toda hora. Ou melhor: estava ausente, se apresentava muito eventualmente. Saia da Alemanha de jatinho fretado para almoçar na Espanha, como conta a Caixa-Preta, ladeado por Rosell e Cláudio Honigman. Enquanto a seleção ardia. Não pode ter existido aberração maior naquela preparação do que tais ausências. E depois o Chefe jogou tudo pro Parreira. Dunga que se prepare...

Acho a ausência de Ronaldinho Gaúcho uma injustiça com a história. Só pela incoerência de ter sido levado em Pequim e agora estar fora já seria. Mas acho que levar o jogador seria a possibilidade de um ajuste de contas com a história. Muitos se esquecem, muitos que chegavam a comparar o jogador, exagero absurdo dos exageros, até com Pelé. (o que fazem com Messi hoje!). Mas o fato é que realmente o sujeito esteve por 7 jogos de um Olimpo ao lado de Deuses maiores do futebol. E depois seu mundo caiu, como é normal pra qualquer humano. Estar na copa seria a possibilidade de ajustar essas contas com a história. Pode ser polêmico, mas penso assim. E várias pessoas que testemunharam os bastidores do vestiário pós-derrota pra França dizem que o mais abatido, em estado de absoluta perplexidade, fora do mundo, era Ronaldinho Gaúcho. Podem falar tudo, mas não acusá-lo de falta de comprometimento na Copa.

Sobre a convocação, além dos óbvios Neymar e Ganso num momento em que tantos convocáveis jogam nada, acho inacreditável a ausência de Marcelo, do Real Madri. Confesso que me pego pensando, há muito, se tou vendo coisas, um talento enorme onde não há, já que vejo tão pouca gente concordar e reclamar sua presença, que para mim seria óbvia. (seria do jogo, por vezes nos encantamos com algum jogador e ninguém acha essa coisa toda). Mas numa posição tão carente...

Já não vale há tempos o argumento de atuar fora da posição. Michel Bastos, Gilberto...Uma vez, há uns 3 anos, o auxiliar Jorginho, num programa que gravei, nos corredores, afirmou que “Marcelo era um achado para a seleção”. Então o que mudou? Dizem que teria sido por uma indisciplina com Ronaldinho e Jô em Pequim...Pelo amor de Deus, é isso mesmo? Marcelo então tinha 19, 20 anos. Será que um bom papo não resolve? Já cobri competições em ele estava. Todo treinador só tem elogios ao seu comportamento.

Não dá pra entender essa cartilha. Que parece ser muito mais do Chefe. Pelo menos o Maquiavel do Leblon anda espalhando...

E não é que Andrade vai cair mesmo...Tem errado aqui e acolá o treinador. Mas quem tem autoridade moral para demiti-lo no Flamengo atual? E é só ele que responde por toda essa farra? Convenhamos...

Rasputin da Gávea, Maquiavel do Leblon...Esse futebol brasileiro tem cada personagem..

1 comentário:

Unknown disse...

Simplesmente sensacional! E superatual, claro! Esse Lúcio de Castro é demais... Hehehehe